terça-feira, 16 de agosto de 2016

Camadas da Terra











Troposfera



É a camada da atmosfera em que vivemos e respiramos. Ela vai do nível do mar até 12 km de altura. É nesta camada que ocorrem os fenômenos climáticos (chuvas, formação de nuvens, relâmpagos). É também na troposfera que ocorre a poluição do ar. Os aviões de transporte de cargas e passageiros voam nesta camada.

As temperaturas nesta camada podem variar de 40°C até –60°C. Quanto maior a altitude menor a temperatura.


Estratosfera


Esta camada ocupa uma faixa que vai do fim da troposfera (12 km de altura) até 50 km acima do solo. As temperaturas variam de –5°C a –70°C. Na estratosfera localiza-se a camada de ozônio, que funciona como uma espécie de filtro natural do planeta Terra, protegendo-a dos raios ultravioletas do Sol. Aviões supersônicos e balões de medição climática podem atingir esta camada.


Mesosfera
Esta camada tem início no final da estratosfera e vai até 80 km acima do solo. A temperatura na mesosfera varia entre –10°C até –100°C . A temperatura é extremamente fria, pois não há gases ou nuvens capazes de absorver a energia solar. Nesta camada ocorre o fenômeno da aeroluminescência.

Termosfera


Tem início no final da mesosfera e vai até 500 km do solo. É a camada atmosférica mais extensa. É uma camada que atinge altas temperaturas, pois nela há oxigênio atômico, gás que absorve a energia solar em grande quantidade. As temperaturas na termosfera podem atingir os 1.000°C. 


Exosfera


É a camada que antecede o espaço sideral. Vai do final da termosfera até 800 km do solo. Nesta camada as partículas se desprendem da gravidade do planeta Terra. As temperaturas podem atingir 1.000°C. É formada basicamente por metade de gás hélio e metade de hidrogênio.

Na exosfera ocorre o fenômeno da aurora boreal e também permanecem os satélites de transmissão de informações e também telescópios espaciais.



segunda-feira, 27 de junho de 2016

Espaço Ambiental

Espaço Ambiental

O Espaço ambiental é um indicador que mede a quantidade total de matéria-prima não-renovável, terras para agricultura e florestas que nós podemos usar em escala mundial. O conceito inclui também a quantidade de poluição que pode ser permitida sem comprometer o direito das gerações futuras ao uso destes mesmos recursos naturais.
A quantidade de espaço ambiental disponível é limitada por definição. Além disso, ela é muitas vezes quantificável em escala mundial (a emissão de CO2 aceitável, por exemplo) e, algumas vezes, em escala local e regional (como no caso das reservas de água potável). De acordo com este conceito, cada país deve ter a mesma quantidade de espaço ambiental per capita disponível e deve ter a possibilidade de desenvolver o mesmo nível de prosperidade.
O cálculo do espaço ambiental tem sido feito a partir de cinco elementos: energia, solos, água, madeira e recursos não-renováveis.


Rotulagem ambiental
A eco-rotulagem, ou rotulagem ambiental, consiste na atribuição de um rótulo ou selo a um produto ou a uma empresa, informando sobre seus aspectos ambientais. Desta forma, os consumidores podem obter mais informações para fazer suas escolhas de compra com maior compromisso e responsabilidade social e ambiental.
A rotulagem ambiental pode ser considerada também uma forma de fortalecer as redes de relacionamento entre produtores, comerciantes e consumidores.


Economia Solidária

A economia solidária é uma prática de colaboração e solidariedade, inspirada por valores culturais que colocam o ser humano como sujeito e finalidade da atividade econômica, ao invés da acumulação da riqueza e de capital.

Baseia-se numa globalização mais humana e valoriza o trabalho, o saber e a criatividade, buscando satisfazer plenamente as necessidades de todos. Constitui-se num poderoso instrumento de combate à exclusão social e congrega diferentes práticas associativas, comunitárias, artesanais, individuais, familiares e cooperação entre campo e cidade.


Atividade:
1) O que diz o mapa de Emissão de CO2 sobre o Brasil?
2) Quais são os vilões emissores de CO2 no mundo?
3) Qual a participação do Brasil na emissão de CO2?


quarta-feira, 8 de junho de 2016

VAMOS FALAR SOBRE SOLOS


VAMOS FALAR SOBRE SOLOS

No solo as raízes das árvores exploram o solo em profundidades diferentes das , promovendo a ciclagem de nutrientes, a partir das folhas que caem, estas também promovem a cobertura do solo. Muitas árvores são leguminosas e fixam nitrogênio, um nutriente importante para as plantas. 
O solo faz parte também do ciclo hidrológico. O solo é a caixa de água, não adianta cuidar das nascentes (que funcionam como torneiras) e córregos e rios se não cuidamos do solo, onde a água infiltra e abastece os lençóis freáticos e as nascentes. Os usos e manejos do solo, da água e da biodiversidade dependem do conhecimento, das crenças e valores das famílias agricultoras e da sociedade como um todo, por isto dizemos que a agroecologia preza pela nossa relação com a natureza mediada pela nossa cultura.

Publicado em 12 de nov de 2014
A animação VAMOS FALAR SOBRE SOLOS enfatiza a dependência da humanidade dos solos e descreve como o desenvolvimento sustentável é ameaçado por certas tendências de como os solos são manejados e como a terra é governada. O filme oferece opções para transformar a nossa gestão dos solos rumo à sustentabilidade.


https://www.youtube.com/watch?v=e8uqY0Aqcf0





O Solo - O Segredo do Solo






segunda-feira, 6 de junho de 2016

JORNADA AO CENTRO DA TERRA

JORNADA AO CENTRO DA TERRA
A geografia é a ciência que estuda a organização do espaço da superfície terrestre. Mas, na superfície, também sentimos os efeitos dos fenômenos que ocorrem no interior do nosso planeta.


Veja como este vídeo retrata o espaço abaixo da nossa superfície, ou seja, o interior da Terra.






Perfil de Solo


Perfil de Solo



Solo 
Camada superficial da crosta terrestre caracterizado por material friável fruto da decomposição das rochas. É a camada onde se desenvolve a camada vegetal. Pela Geografia o solo é um meio de produção dos quais é a base da economia de muitos países, sobretudo os subdesenvolvidos.












Solos saudáveis x Agroecologia

31/05/2016 -
Solos saudáveis geram autonomia, resiliência e produtividade no longo prazo
In:
Todos querem solos saudáveis, mas poucos se preocupam com o que degrada o solo. A verdadeira causa da degradação é a forma como temos tratado o solo.
Janneke Bruil entrevista Irene Cardoso*
Rodrigo Carvalho
Um solo vivo e saudável é necessário para que as plantas e as pessoas sejam saudáveis. Na agricultura industrial, o solo é considerado um mero substrato ao qual fertilizantes, corretivos e sementes de organismos geneticamente modificados (transgênicos) são adicionados. Essa agricultura não é apropriada aos agricultores familiares. Ao contrário, na agroecologia, o manejo que garanta a vida do solo é muito importante e isto exige cuidados para além do aporte de fertilizantes e corretivos.
Todos querem solos saudáveis, mas poucos se preocupam com o que degrada o solo. A verdadeira causa da degradação é a forma como temos tratado o solo. Devemos entender que o solo tem de ser mantido vivo, para isto precisamos entender que a vida do solo precisa do mesmo que um ser humano: uma casa (uma boa estrutura do solo, para que os organismos possam viver lá), com uma boa cobertura (a cobertura do solo), um ambiente limpo (sem o uso de agrotóxicos), água (mas não muita), ar e alimentos. Os organismos, como nós, se alimentam de matéria orgânica. A matéria orgânica é também responsável pela cobertura do solo e em grande parte pela estrutura do solo. A estrutura, os torrões do solo, é responsável pela infiltração de água e aeração do solo.
O preparo excessivo do solo e o emprego de maquinário pesado destroem a estrutura do solo, destroem a casa dos organismos do solo. Com boa qualidade do solo e matéria orgânica suficiente, você pode diminuir ou abolir o uso de fertilizantes químicos. E, mesmo se fertilizantes químicos são utilizados, mesmo assim a matéria orgânica é necessária para alimentar o solo. Fertilizantes químicos alimentam as plantas e não os solos. Se alimentarmos o solo, podemos alimentar o mundo.

Para garantir um solo saudável, os agricultores precisam trabalhar com a biodiversidade, não há outro caminho. Em um solo saudável, com vida, os organismos exercem várias funções. Alguns deles fixam nitrogênio, outros decompõem os materiais orgânicos, alguns aeram o solo e assim por diante. Há um grupo de fungos do solo, denominado micorrizas. Este grupo de organismo é muito importante para a dinâmica do fósforo, um nutriente importante para as plantas, no solo. O fósforo é um elemento escasso na terra. Alguns autores apontam que em 30 anos poderemos ter escassez deste elemento para a fabricação de adubo. Eu chamo as micorrizas de Facebook do solo. Elas detêm informações sobre o solo e estão constantemente envolvidas em trocas com as raízes das plantas e ajudam as plantas a utilizarem melhor o fósforo presente no solo. Precisamos cuidar dessas redes de organismos do solo, precisamos trata-los como parceiros de uma agricultura limpa, sem veneno, com pouca ou nenhuma aração. Portanto, temos de cuidar não só de nossas redes acima do solo, mas das redes do solo.
Solo com vida, com boa qualidade, dá autonomia aos agricultores, além de resiliência e produtividade no longo prazo. É por isso que o solo saudável é importante para os agricultores familiares. Mas as famílias agricultoras também são importantes para os solos, porque a formação e a manutenção de solos saudáveis exigem dedicação e trabalho – exatamente o que os agricultores familiares fazem.

Interessante observar que poucos agricultores utilizam a palavra solo, eles utilizam a palavra terra. Solo é um termo mais científico, enquanto terra implica em uma abordagem mais integradora, articulada a debates políticos e sociais em torno de questões como acesso, propriedade e controle. A luta por reforma agrária se dá em torno da questão da concentração da terra e não do solo! Muitos agricultores de todo o mundo dizem a terra tem que funcionar; e eles sabem que têm de fazê-la funcionar. Para isto é preciso ter um solo vivo. Como eles trabalham com a natureza o tempo todo, eles sabem a diferença entre um solo vivo e um solo degradado. Eles percebem que uma planta que cresce em um solo saudável é mais saudável. Os agricultores familiares vivem da terra, mas também vivem na terra. Seus filhos herdarão o solo com a qualidade que eles deixarem. O solo é quase parte da família. E você pode ouvir agricultores em todo o mundo dizendo que a terra é nossa mãe. Outro aspecto importante sobre a agricultura familiar é o papel desempenhado pelas mulheres. As agricultoras familiares tendem a ter uma conexão mais forte com a terra, assim como são mais conscientes sobre a importância da soberania e segurança alimentar do que os homens.

Um exemplo interessante de como melhorar a qualidade do solo pode ser dado. Em 1993, o Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), uma ONG que atua na promoção da Agroecologia na Zona da Mata de Minas Gerais, em parceria com o sindicato da agricultura familiar de Araponga (MG) e com a alguns professores e estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) usaram métodos de diagnóstico rural participativo para identificar os principais problemas e necessidades relacionadas à agricultura do município. Os/as agricultores/as foram claros ao apontar que o maior problema estava ligado à perda de qualidade do solo, eles disseram que a terra estava enfraquecida. Para fortalecer a terra organizamos uma comissão chamada Terra Forte, composta por técnicos e agricultores. Os agricultores apresentaram algumas soluções que incluiu o uso de adubação verde, a roçagem (e não capina) da vegetação espontânea (denominado por muitos de erva “daninhas”). A equipe técnica, por sua vez, propôs a implantação de sistemas agroflorestais (que consistem no consórcio de árvores com a cultura principal). E funcionou. Todas as técnicas utilizadas priorizaram o uso de recursos locais e a biodiversidade para recuperar a qualidade do solo.

Nos sistemas agroflorestais com café por exemplo, muitas espécies de árvores nativas foram utilizadas. As raízes das árvores exploram o solo em profundidades diferentes das raízes do café, promovendo a ciclagem de nutrientes, a partir das folhas que caem, estas também promovem a cobertura do solo. Muitas árvores são leguminosas e fixam nitrogênio, um nutriente importante para as plantas. As árvores também atraem inimigos naturais das potenciais pragas do café e polinizadores que contribuem para a produção do café. Ou seja, a biodiversidade presta inúmeros serviços (ou melhor dizendo bondades) à agricultura, entretanto, preferimos, inúmeras vezes, realizar parcerias com as empresas produtoras de insumos e não com a natureza. Daí, já sabemos, em um caso e outro, quem sai ganhando.

Contribuiu para o sucesso do CTA e parceiros o uso de métodos participativos. Estes permitiram a discussão dos problemas e o planejamento das ações em conjunto com as famílias agricultoras. O que também ajudou foi trabalhar com as ideias vindas das próprias famílias agricultoras. A única nova prática que propusemos foi a dos sistemas agroflorestais, o resto os agricultores já sabiam, ou pelo menos alguns deles se lembravam de como o trabalho era realizado no passado. Os serviços de extensão e universidades costumam dizer aos agricultores o que fazer e normalmente os recomendam a utilizar as denominadas técnicas “modernas”. A participação dos agricultores é importante. Eles compartilham seus conhecimentos valiosos no manejo sustentável das terras. Estes conhecimentos foram construídos através de gerações e foram desprezados pela chamada “modernização” que priorizou o conhecimento dos técnicos.

O enfraquecimento das terras apontados pelos agricultores durante o diagnóstico foi consequência do uso durante anos de insumos químicos como fertilizantes e agrotóxicos, sem o cuidado com a vida do solo. O uso de insumos químicos faz parte dos pacotes tecnológicos da chamada “modernização da agricultura”, mais conhecido como “revolução verde”, mas que de verde não tem nada. Este pacote foi introduzido no Brasil durante o período da ditadura militar, entre 1964 e 1984. O governo militar apoiou a adoção dessas tecnologias com a criação de novas políticas, mudando currículos universitários, reorganizando os serviços de pesquisa e extensão. O pacote da Revolução Verde incluiu o uso de agrotóxicos, de fertilizantes, a moto-mecanização, a irrigação e as sementes híbridas e, mais recentemente organismos geneticamente modificados (OGMs). Tudo isso serviu de apoio à produção em monoculturas incentivadas pelos bancos que ofereceram aos agricultores crédito a juros baixos para investir nessas tecnologias.

Para incentivar a monocultura, muitos agrônomos argumentavam que se os agricultores trocassem a produção diversificada de culturas alimentares pela monocultura eles iriam potencializar o trabalho, ganhar mais dinheiro e com este dinheiro poderiam comprar a sua comida. Mas a produção de apenas uma cultura torna os agricultores totalmente dependentes do mercado. No caso do café, o preço oscila muito no mercado internacional de commodities. Com a queda do preço, os agricultores quase sempre optam por pagar suas dívidas e não por comprar alimentos. Além disto, o alimento adquirido no mercado é de qualidade muitas vezes duvidosa. Isto, dentre outros aspectos faz com que o uso de monocultura seja contrário à segurança e soberania alimentar das famílias agricultoras.

Alguns agricultores, no entanto, resistiram ao pacote da revolução verde e continuaram, pelo menos em parte de suas terras, a cultivar à sua maneira. Isso se tornou uma forma de resistência cultural, porque envolvia o modo de vida das pessoas e expressava o respeito pelos esforços e investimentos de seus pais e avós. Esses agricultores mantiveram vivo o conhecimento tradicional sobre a saúde do solo, e isso depois alimentou uma nova forma de pensar. Com a redemocratização do Brasil, buscamos as melhores práticas e nos voltamos a esses agricultores, junto com os sindicatos da agricultura familiar, as comunidades eclesiais de bases (organizações ligadas as igrejas progressistas) e outros grupos, e vimos o início do movimento de Agroecologia no Brasil, no início denominado agricultura alternativa.

A agroecologia é entendida por nós enquanto ciências, movimento e prática. Enquanto ciências, a agroecologia estuda os sistemas agroalimentares, objetivando em especial a produção de alimentos saudáveis. A agroecologia envolve da produção de alimentos à mesa, por isto a agroecologia interessa a toda a sociedade. Para a produção de alimentos de qualidade é preciso ter solos de qualidade e este depende da biodiversidade. A biodiversidade por sua vez depende de solos de qualidade. O solo faz parte também do ciclo hidrológico. O solo é a caixa de água, não adianta cuidar das nascentes (funcionam como torneiras) e córregos e rios se não cuidamos do solo, onde a água infiltra e abastece os lençóis freáticos e as nascentes. Os usos e manejos do solo, da água e da biodiversidade dependem do conhecimento, das crenças e valores das famílias agricultoras e da sociedade como um todo, por isto dizemos que a agroecologia preza pela nossa relação com a natureza mediada pela nossa cultura.

O movimento da agroecologia cresceu e em 2012 a partir de uma reivindicação da Marcha das Margaridas, movimento das mulheres agricultoras, a nossa Presidenta Dilma lançou a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. A partir do lançamento a sociedade civil em parceria com o governo federal formulou o I e o II Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Esta foi uma iniciativa inovadora e que serviu de exemplo para o mundo e com a Política e os Planos estávamos avançando na construção da agroecologia. Por isto, dentre outras coisas, estamos ansiosos e trabalhando pela volta de nossa Presidenta, pois em ela nossos frutos não vingarão!

*Irene Cardoso é presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e professora de solos na Universidade Federal de Viçosa (UFV).